====== As canções brasileiras cantadas em francês ====== ===== Canção 1 ===== {{ youtube>q-eYLwd1vso }} As águas de março http://www.youtube.com/watch?v=q-eYLwd1vso Tom Jobin {{ youtube>cx0mdhK1ZYQ }} Les eaux de mars http://www.youtube.com/watch?v= Georges Moustaki ==== Letra ==== É pau, é pedra, é o fim do caminho\\ É um resto de toco, é um pouco sozinho\\ É um caco de vidro, é a vida, é o sol\\ É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol\\ É peroba do campo, é o nó da madeira\\ Caingá, candeia, é o Matita Pereira\\ É madeira de vento, tombo da ribanceira\\ É o mistério profundo, é o queira ou não queira\\ É o vento ventando, é o fim da ladeira\\ É a viga, é o vão, festa da cumeeira\\ É a chuva chovendo, é conversa ribeira\\ Das águas de março, é o fim da canseira\\ É o pé, é o chão, é a marcha estradeira\\ Passarinho na mão, pedra de atiradeira\\ É uma ave no céu, é uma ave no chão\\ É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão\\ É o fundo do poço, é o fim do caminho\\ No rosto o desgosto, é um pouco sozinho\\ É um estrepe, é um prego, é uma ponta, é um ponto\\ É um pingo pingando, é uma conta, é um conto\\ É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando\\ É a luz da manhã, é o tijolo chegando\\ É a lenha, é o dia, é o fim da picada\\ É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada\\ É o projeto da casa, é o corpo na cama\\ É o carro enguiçado, é a lama, é a lama\\ É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã\\ É um resto de mato, na luz da manhã\\ São as águas de março fechando o verão\\ É a promessa de vida no teu coração\\ É uma cobra, é um pau, é João, é José\\ É um espinho na mão, é um corte no pé\\ São as águas de março fechando o verão,\\ É a promessa de vida no teu coração\\ É pau, é pedra, é o fim do caminho\\ É um resto de toco, é um pouco sozinho\\ É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã\\ É um belo horizonte, é uma febre terçã\\ São as águas de março fechando o verão\\ É a promessa de vida no teu coração\\ É pau, é pedra, é o fim do caminho\\ É um resto de toco, é um pouco sozinho\\ É um caco de vidro, é a vida, é o sol, é a noite, \\ é a morte, é um laço, é o anzol\\ São as águas de março fechando o verão\\ É a promessa de vida no teu coração.\\ Un pas, une pierre, un chemin qui chemine\\ Un reste de racine, c'est un peu solitaire\\ C'est un éclat de verre, c'est la vie, le soleil\\ C'est la mort, le sommeil, c'est un piège entrouvert\\ Un arbre millénaire, un nœud dans le bois\\ C'est un chien qui aboie, c'est un oiseau dans l'air\\ C'est un tronc qui pourrit, c'est la neige qui fond\\ Le mystère profond, la promesse de vie\\ C'est le souffle du vent au sommet des collines\\ C'est une vieille ruine, le vide, le néant\\ C'est la pie qui jacasse, c'est l'averse qui verse\\ Des torrents d'allégresse, ce sont les eaux de Mars\\ C'est le pied qui avance à pas sûr, à pas lent\\ C'est la main qui se tend, c'est la pierre qu'on lance\\ C'est un trou dans la terre, un chemin qui chemine\\ Un reste de racine, c'est un peu solitaire\\ C'est un oiseau dans l'air, un oiseau qui se pose\\ Le jardin qu'on arrose, une source d'eau claire\\ Une écharde, un clou, c'est la fièvre qui monte\\ C'est un compte à bon compte, c'est un peu rien du tout\\ Un poisson, un geste, c'est comme du vif argent\\ C'est tout ce qu'on attend, c'est tout ce qui nous reste\\ C'est du bois, c'est un jour le bout du quai\\ Un alcool trafiqué, le chemin le plus court\\ C'est le cri d'un hibou, un corps ensommeillé\\ La voiture rouillée, c'est la boue, c'est la boue\\ Un pas, un pont, un crapaud qui croasse\\ C'est un chaland qui passe, c'est un bel horizon\\ C'est la saison des pluies, c'est la fonte des glaces\\ Ce sont les eaux de Mars, la promesse de vie\\ Une pierre, un bâton, c'est Joseph et c'est Jacques\\ Un serpent qui attaque, une entaille au talon\\ Un pas, une pierre, un chemin qui chemine\\ Un reste de racine, c'est un peu solitaire\\ C'est l'hiver qui s'efface, la fin d'une saison\\ C'est la neige qui fond, ce sont les eaux de Mars\\ La promesse de vie, le mystère profond\\ Ce sont les eaux de Mars dans ton cœur tout au fond\\ Un pas, une " ... pedra é o fim do caminho\\ E um resto de toco, é um pouco sozinho ... "\\ Un pas, une pierre, un chemin qui chemine\\ Un reste de racine, c'est un peu solitaire...\\ ==== Biografias ==== |{{ :ressources:portugais:ateliers:jobim.jpg?direct&300 }}|{{ :ressources:portugais:ateliers:moustaki.jpg?direct&300 |}} | |Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim nasceu no Rio de Janeiro\\ no dia 27 de janeiro de 1927 e morreu no dia 8 de dezembro\\ de 1994 em Nova Iorque. Mais conhecido como Tom Jobim,\\ foi compositor, maestro, pianista, cantor,\\ arranjador e violonista brasileiro. Foi um dos\\ criadores da Bossa nova. Com Vinicius de Moraes\\ compôs “Garota de Ipanema”, uma das mais conhecidas\\ canções brasileiras. | Georges Moustaki nasceu em Alexandria,\\ Egito, no dia 3 de maio de 1934. É um compositor\\ e cantor francês, apaixonado pela literatura\\ e pela canção francesa, particularmente\\ por Edith Piaf. Em 1951, trabalhou \\ como jornalista em um piano-bar, o que o levou a conhecer\\ muitas pessoas famosas. Em 1958, conheceu Edith Piaf,\\ com que teve um romance e para quem escreveu\\ a canção Milord| ===== Canção 2 ===== {{ youtube>nzu5k8uA7Rs }} Noite dos Mascarados -Elis Regina e Chico Buarque de Hollanda http://www.youtube.com/watch?v=nzu5k8uA7Rs {{ youtube>-d-GWUZ7SMc }} « La nuit des masques » par Elis Regina et Pierre Barouh http://www.youtube.com/watch?v=-d-GWUZ7SMc ==== Letra ==== Qui êtes-vous?\\ Si tu m'aimes, tu dois deviner\\ Aujourd'hui tous les deux on se cache\\ Derrière nos masques\\ Pour se demander:\\ Qui êtes-vous? Dites vite!\\ Dis-moi à quel jeu tu m'invites\\ Je voudrais me fondre à ta suite\\ Je voudrais qu'on prenne la fuite\\ Moi, je vagabonde, poète et chanteur\\ J'ai perdu la ronde qui mène au bonheur\\ Moi, je cours les routes\\ Je reste chez moi\\ L'amour me déroute\\ Je n'y croyais pas...\\ Moi, dans la fanfare\\ Je porte un drapeau\\ Modestie à part, je joue bien du pipeau\\ Je suis si fragile\\ J'ai dix ans de trop\\ Je suis Colombine\\ Je suis Pierrot\\ Mais c'est Carnaval et qu'importe aujourd'hui qui tu es\\ Demain tout redeviendra normal\\ Demain tout va finir\\ Laissons le temps courir\\ Laisse au jour sa lumière\\ Aujourd'hui je suis ce que tu attends de moi\\ Si tu veux laissons faire, on verra\\ Peut-être que demain on se retrouvera\\ Peut-être que demain on se reconnaîtra...\\ Quem é você?\\ Adivinha se gosta de mim\\ Hoje os dois mascarados procuram os seus namorados perguntando assim:\\ Quem é você, diga logo...\\ ...que eu quero saber o seu jogo\\ ...que eu quero morrer no seu bloco...\\ ...que eu quero me arder no seu fogo\\ Eu sou seresteiro, poeta e cantor\\ O meu tempo inteiro, só zombo do amor\\ Eu tenho um pandeiro\\ Só quero um violão\\ Eu nado em dinheiro\\ Não tenho um tostão...Fui porta-estandarte, não sei mais dançar\\ Eu, modéstia à parte, nasci prá sambar\\ Eu sou tão menina\\ Meu tempo passou\\ Eu sou colombina\\ Eu sou pierrô\\ Mas é carnaval, não me diga mais quem é você\\ Amanhã tudo volta ao normal\\ Deixa a festa acabar, deixa o barco correr, deixa o dia raiar\\ Que hoje eu sou da maneira que você me quer\\ O que você pedir eu lhe dou\\ Seja você quem for, seja o que Deus quiser\\ Seja você quem for, seja o que Deus quiser\\ ==== Biografias ==== |{{ :ressources:portugais:ateliers:elis.jpg?200 }}|{{ :ressources:portugais:ateliers:barouh.jpg?200 }}|{{ http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/90/Chico_Buarque_no_BRAVO.jpg?200 }} | |Elis Regina Carvalho Costa nasceu em Porto Alegre no dia 17 de março de 1945 e morreu no dia 19\\ de janeiro de 1982. Cantora e intérprete, Elis Regina surgiu nos festivais de música da década de 60 e interpretou músicas da bossa nova, samba, rock e jazz. Suas músicas mais famosas são “O Bêbado e o Equilibrista”, “Noite dos mascarados” e “Querelas do Brasil”. |Pierre Barouh nasceu no dia 19 de fevereiro de 1934 em Paris e ficou conhecido pelo seu trabalho de interpretação da música do filme “Un homme et une femme” (Um homem e uma mulher) de Claude Lelouch (Palme d’or em Cannes em 1966) e da canção Samba Saravah com Vinícius de Moraes. Apaixonado pela música brasileira, trouxe a bossa nova para a França. |Francisco Buarque de Hollanda nasceu no Rio de Janeiro no dia 19 de junho de 1944. É músico, dramaturgo e escritor brasileiro. Iniciou sua carreira na década de 1960, no Festival de Música com a canção “ A Banda”. Lutou contra a ditadura e pela democratização do Brasil. Na carreira literária recebeu três prêmios de melhor romance, em 1992, pelo livro “Estorvo”, “Budapeste”, em 2004 e “Leite Derramado”, em 2010. Atualmente, vive em Paris. | ===== Canção 3 ===== {{ youtube>q0RjFhymjho }} O que será - Milton Nascimento e Chico Buarque http://www.youtube.com/watch?v=q0RjFhymjho {{ youtube>J6sFMuRrZy8 }} Ah! Tu verras tu verras - Mayra Andrade e Benjamin Biolay http://www.youtube.com/watch?v=J6sFMuRrZy8 {{ youtube>-j95mUgx97A }} http://www.youtube.com/watch?v=-j95mUgx97A avec Zazie et Benabar ==== Letra ==== O que será que me dá\\ Que me bole por dentro\\ O que será que me dá?\\ Que brota à flor da pele\\ O que será que me dá?\\ E que me sobe às faces\\ E me faz corar\\ E que me salta aos olhos\\ A me atraiçoar\\ E que me aperta o peito\\ E me faz confessar\\ O que não tem mais jeito de dissimular\\ E que nem é direito ninguém recusar\\ E que me faz mendigo\\ Me faz suplicar\\ O que não tem medida, nem nunca terá.\\ O que não tem remédio, nem nunca terá.\\ O que não tem receita.\\ O que será que será?\\ Que dá dentro da gente\\ E que não devia\\ Que desacata a gente que é revelia\\ Que é feito uma água ardente que não sacia\\ Que é feito estar doente de uma folia\\ Que nem dez mandamentos vão conciliar\\ Nem todos os unguentos vão aliviar\\ Nem todos os quebrantos toda alquimia\\ E nem todos os santos\\ O que será que será?\\ O que não tem descanso, nem nunca terá.\\ O que não tem cansaço, nem nunca terá.\\ O que não tem limite.\\ O que será que me dá\\ Que me queima por dentro, será que me dá?!\\ Que me perturba o sono, será que me dá?!\\ Que todos os tremores vem agitar\\ Que todos os ardores me vem atiçar\\ Que todos os suores me vem encharcar\\ Que todos os meus nervos estão a rogar\\ Que todos os meus órgãos estão a aclamar\\ Que uma aflição medonha me faz implorar\\ O que não tem vergonha, nem nunca terá.\\ O que não tem governo, nem nunca terá.\\ O que não tem juízo. Ah, tu verras, tu verras\\ Tout recommencera, tu verras, tu verras\\ L'amour c'est fait pour ça, tu verras, tu verras\\ Je ferai plus le con, j'apprendrai ma leçon\\ Sur le bout de tes doigts, tu verras, tu verras\\ Tu l'auras, ta maison avec des tuiles bleues \\ Des croisées d'hortensias, des palmiers plein les cieux\\ Des hivers crépitants, près du chat angora\\ Et je m'endormirai, tu verras, tu verras\\ Le devoir accompli, couché tout contre toi\\ Avec dans mes greniers, mes caves et mes toits\\ Tous les rêves du monde\\ Ah, tu verras, tu verras\\ Tout recommencera, tu verras, tu verras\\ La vie, c'est fait pour ça, tu verras, tu verras \\ Tu verras mon stylo emplumé de soleil\\ Neiger sur le papier l'archange du réveil\\ Je me réveillerai, tu verras, tu verras\\ Tout rayé de soleil, ah, le joli forçat!\\ Et j'irai réveiller le bonheur dans ses draps\\ Je crèv'rai son sommeil, tu verras, tu verras\\ Je crèv'rai le sommier, tu verras, tu verras\\ En t'inventant l'amour dans le cœur de mes bras\\ Jusqu'au matin du monde\\ Ah, tu verras, tu verras\\ Tout recommencera, tu verras, tu verras\\ Le diable est fait pour ça, tu verras, tu verras\\ Je ferai le voyou, tu verras, tu verras\\ Je boirai comme un trou et qui vivra mourra\\ Tu me ramasseras dans tes yeux de rosée\\ Et je t'insulterai dans du verre brisé\\ Je serai fou furieux, tu verras, tu verras\\ Contre toi, contre tous, et surtout contre moi\\ La porte de mon cœur grondera, sautera\\ Car la poudre et la foudre, c'est fait pour que les rats\\ Envahissent le monde Ah, tu verras, tu verras\\ Tout recommencera, tu verras, tu verras\\ Mozart est fait pour ça, tu verras, entendras\\ Tu verras notre enfant étoilé de sueur\\ S'endormir gentiment à l'ombre de ses sœurs\\ Et revenir vers nous scintillant de vigueur\\ Tu verras mon ami dans les os de mes bras\\ Craquer du fin bonheur de se sentir aidé\\ Tu me verras, chérie, allumer des clartés\\ Et tu verras tous ceux qu'on croyait décédés\\ Reprendre souffle et vie dans la chair de ma voix\\ Jusqu'à la fin des mondes\\ Ah, tu verras, tu verras ==== Biografia ==== |{{ :ressources:portugais:ateliers:mayra.jpg?200}}| Nasceu em 1985 em Havana, Cuba. As primeiras canções que ouve são brasileiras, mas é com uma canção em crioulo que ganha a medalha de ouro nos jogos da Francofonia no Canadá, com 16 anos.| ===== Gramática ===== {{:ressources:portugais:ateliers:gram_tica.odt|Gramática}} ===== Dossier ===== {{:ressources:portugais:ateliers:dossier_2_cours_portugais_cl_29_11_2011.doc|}}