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Lendas do Nordeste

Philippine Mariaux n° 2118161 Psychologie

Introdução

« Conter est un acte naturel. C’est raconter quelque chose qui vous intéresse et que vous voudriez faire partager comme une bonne nourriture. Cela se fait simplement depuis que l’homme parle »
Il était une fois… Ces trois mots ont à jamais un pouvoir magique à nos yeux à tous, enfants comme adultes, le pouvoir de nous transporter dans l’imaginaire, dans un ailleurs temporel, spatial (dans un pays lointain), merveilleux… L’ouverture du conte, c’est d’abord l’ouverture à tous les possibles. Une des premières vertus du conte tient au fait que, sous une forme merveilleuse, il traite des questions fondamentales de l’homme. Il s’adresse à nous tous, au groupe comme à l’individu, et bien sûr à l’enfant. Il intervient d’ailleurs de plus en plus dans différentes formes de thérapie. Son langage a la familiarité du récit oral. Il est fait pour être dit et non lu. Il conserve et transmet l’expérience humaine et nous parle de la naissance et de la mort, de l’homme et de la femme, de la richesse et de la pauvreté, de l’envie et de la rivalité, de l’apprentissage de la vie, du mystère des origines… Nous allons particulièrement ici nous intéresser aux principales légendes du nord-est du Brésil.

La légende Alamoa ou la dame blanche

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Ce conte raconte l'apparition d'une belle femme blonde marchant nu et dansant sur la plage. Elle apparaît illuminée par une lumière aveuglante, multicolore provoqué par la proximité des orages. Les brésiliens racontent qu'Alamoa attire les pêcheurs et les randonneurs mais ces derniers à son approche se transforment en squelette. Elle réside sur le Pico,un rocher de 321 mètres sur l'île de Fernando de Noronha.

Conta a Lenda que Alamoa ou dama branca é a aparição de uma mulher branca, muito bonita, loura e que anda nua, , e que aparece dançando na praia iluminada pelos relâmpagos de tempestade próxima. Dizem que ela atrai os pescadores ou caminhantes que voltam tarde e depois se transforma em um esqueleto, endoidecendo o namorado que a seguiu. Aparece também como uma luz ofuscante, multicor, a perseguir quem foge dela. Sua residência é o Pico, elevação rochosa de 321 metros na ilha de Fernando de Noronha.

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“Olhei-lhe pra cara
Não tinha nariz
Eram dois buracos
De um chafariz”

Os antigos detentos do presídio da ilha de Fernando de Noronha contavam que nas vésperas de tempestades, quase sempre à meia-noite, aparecia na praia uma mulher lindíssima, muito alta, com longos cabelos louros e completamente nua, dançando ao som do bater das ondas, iluminada pelos relâmpagos. Seus pés pareciam não tocar no chão e sim flutar na areia. Era a alamoa, feminino de alamão [alemão], pois conforme a interpretação popular, mulher loura naquelas paragens só poderia ser alemã. Sua forma varia. Algumas vezes ela é uma forma luminosa, multicolorida, outras vezes, atrai os homens e os seduz. Aqueles que sucumbem a seus encantos vêem-na se transformar em um esqueleto. Para alguns, é uma alma penada, à procura de um homem forte que a ajude a desenterrar um tesouro escondido. A pedra do Pico é a sua morada. Em algumas noites, a pedra se fende, abrindo-se uma porta, por onde sai uma luz. A bela alamoa baila, atraindo sua vítima. Aqueles que entram em sua morada, logo constatam com horror a terrível transformação. Seus belos e brilhantes olhos transformam-se em dois buracos e ela vira uma caveira horripilante. Então, a fenda se fecha e o pobre homem nunca mais é visto. Seus gritos de pavor, no entanto, ainda ressoam no local durante muitos dias. Para Pereira da Costa, trata-se de uma reminiscência do tempo dos holandeses. Luís da Câmara Cascudo a caracteriza como uma convergência de várias lendas de sereias e iaras estrangeiras. O tema da mulher sobrenatural que atrai e seduz os homens, transformando-se a seguir, é comum e recorrente no imaginário popular, sendo, por isso, impossível determinar sua origem com precisão.

Bicho Homem, libosomem o papa-figo

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C'est une légende présente dans de nombreuses régions du Brésil. L'homme-bête est décrit comme une énorme créature géante avec un seul oeil au milieu du front. Ses mains sont longues et informes doté de longs ongles pointus et crochus.Il est d'un caractère féroces et ses cris hantent les habitants proches de ses nombreuses cachettes. Mangeur d'hommes, il est muni d'une force incroyable capable de renverser des montagnes.

Diz a lenda que o bicho-homem está presente em várias regiões do Brasil, onde a sua figura, com pequenas variações, é descrita como sendo a de uma criatura alta, quase um gigante, com um olho só no meio da testa, também um só pé redondo e enorme, que quando caminha vai deixando pelo chão pegadas redondas. Os dedos de suas mãos são compridos e disformes, as unhas longas e afiadas, e os gritos que costuma emitir assombram os moradores da região onde habitualmente ele se oculta. Quem já o viu diz que ele é muito grande, forte, e extremamente feroz. É capaz de derrubar a socos e unhadas uma montanha, beber rios e transportar florestas. Vive escondido em locais de muitas serras e vales e é devorador de homens.

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“Vez por outra circulava a notícia apressada de que desaparecera aquela crianã da rua da Medalha, ou a outra da rua da Tesoura, da estrada do Carro ou da rua da Viração, da rua da Glória ou do Jaguaribe
— e era de notar o espanto geral que a novidade despertava entre a gurizada atenta na marcha desses acontecimentos tão desagradáveis.”

Ele costuma sair à noite ou ao fim da tarde, na hora do crepúsculo, aproveitando o horário de saída das escolas. Seu aspecto pode variar de região para região. Algumas vezes é velho, sujo, sofre de hanseníase e tem o corpo coberto de chagas. Pode, também, ser alto, magro, pálido e com a barba por fazer. Às vezes, carrega um saco. Procura por crianças, atraindo-as com o intuito de raptá-las, extraindo-lhes, a seguir, o fígado. Segundo a crença popular, o sangue é produzido no fígado. Quando este não funciona bem, o sangue apodrece, causando a lepra. A cura estaria no consumo do órgão sadio. Mas somente o fígado infantil teria pureza e força suficientes para aliviar o sofrimento dos hansenianos. E sempre haveria alguém disposto a pagar qualquer preço por tão poderoso e raro lenitivo. É mito que ocorre em todo o Brasil, convergindo para outras figuras do ciclo do pavor infantil, como o lobisomem, o negro velho e o homem do saco. Segundo a versão registrada por Ademar Vidal, referente à Paraíba, a fim de não cometer injustiças, o papa-figo restringia sua caça apenas aos meninos mal-comportados, desobedientes, teimosos ou chorões.

La légende du chef Cuia : Cabeça de Cuia

index_clip_image002.jpg C'est l'histoire de Crispin, un jeune garçon pauvre qui vivait sur ​​les rives de la rivière avec sa famille. La légende veut qu'un jour, en arrivant pour le déjeuner, sa mère lui servi, comme d'habitude, une soupe claire avec des os. La viande était rare chez eux. Ce jour-là, énervé et en pleine discussion, Crispin jeta l'os sur la tête de sa mère et la tua sur le coup. L'âme de sa mère maudit Crispin et erra jour et nuit au bord de la rivière, la malédiction ne cessera que quand elle dévorera sept vierge marie. Crispin devenu fou par un mélange de peur et de haine, et courut à la rivière Parnaíba, où il se noya. Son corps n'a jamais été retrouvé et à ce jour, les personnes âgées transmettent cette légende en interdisant les jeunes filles nommée Marie de laver le linge ou de se baigner dans cette rivière. Certains habitants disent que la tête de Crispin, est à la recherche de vierges, tuant les baigneurs, détournant et les bateaux fluviaux. Le chef Cuia ou Crispin n'a jusqu'à aujourd'hui dévoré aucune une vierge nommée Marie.

A lenda do Cabeça de Cuia trata-se da história de Crispim, um jovem garoto que morava nas margens do rio Parnaíba e de família muito pobre. Conta a lenda que certo dia, chegando para almoço, sua mãe lhe serviu, como de costume, uma sopa rala, com ossos, já que faltava carne na sua casa frequentemente. Nesse dia ele se revoltou, e no meio da discussão com sua mãe, atirou o osso contra ela, atingindo-a na cabeça e matando-a. Antes de morrer sua mãe lhe amaldiçoou a ficar vagando no rio e com a cabeça enorme no formato de uma cuia, que vagaria dia e noite e só se libertaria da maldição após devorar sete virgens, de nome Maria. Com a maldição, Crispim enlouquecera, numa mistura de medo e ódio, e correu ao rio Parnaíba, onde se afogou. Seu corpo nunca foi encontrado e, até hoje, as pessoas mais antigas proíbem suas filhas virgens de nome Maria de lavarem roupa ou se banharem nas épocas de cheia do rio. Alguns moradores da região afirmam que o Cabeça de Cuia, além de procurar as virgens, assassina os banhistas do rio e tenta virar embarcações que passam pelo rio. Outros também asseguram que Crispim ou, o Cabeça de Cuia, procura as mulheres por achar que elas, na verdade, são sua mãe, que veio ao rio Parnaíba para lhe perdoar. Mas, ao se aproximar, e se deparar com outra mulher, ele se irrita novamente e acaba por matar as mulheres. O Cabeça de Cuia, até hoje, não conseguiu devorar nem uma virgem de nome Maria.

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Canção popular atribuída a Chico Bento : Sete Marias
Precisa tragar
São sete virgens
Pro encanto acabar
Quando o rio
Em cheia desce
Cabeça de cuia
Sempre aparece
Rema pra margem
Oh! Velho pescador
Que a curva do rio
O monstro apontou
Castigo tremendo
Que Deus lhe deu
Por bater na mãezinha
Crispim se encantou
Tem medo, oh! Maria
Que estás a lavar
O cabeça de cuia
Te pode tragar

Durante as cheias, sempre à noite e mais freqüentemente às sextas-feiras, costuma aparecer nas águas dos rios Poti e Parnaíba, um monstro. Trata-se de um sujeito alto, magro, com longos cabelos caídos pela testa e cheios de lodo, a que chamam cabeça de cuia. Dizem que, há muitos anos, em uma pequena aldeia do vilarejo denominado Poti Velho vivia uma pequena família, cujo arrimo era um jovem pescador, a que alguns dão o nome de Crispim. Certo dia, o rapaz retornou da pesca muito aborrecido. À hora da refeição, composta de carne de vaca, pegou um enorme pedaço de osso e, a fim de tirar o tutano, bateu com ele na cabeça da velha mãe. A pobre senhora, indignada e enfurecida, rogou-lhe uma praga, amaldiçoando-o. O filho, com o coração tomado de remorso, pôs-se a correr como um louco e atirou-se às águas do rio Poti, desaparecendo. Desde esse dia, o cabeça de cuia nada errante pelas águas dos dois rios, surgindo ora aqui, ora ali, na época das enchentes e nas noites de sexta-feira. Aparece de repente e agarra banhistas desavisados, principalmente crianças, arrastando-os para o fundo das águas. De sete em sete anos, devora uma moça chamada Maria. Após apoderar-se de sete Marias, seu encanto estará quebrado e ele retornará ao seu estado natural. Contam que sua mãe permanecerá viva até que o filho esteja livre de sua sina. É o principal mito do estado do Piauí. A Prefeitura de Teresina instituiu, em 2003, o Dia do Cabeça de Cuia, a ser comemorado na última sexta-feira do mês de abril.

Cuca

http://www.sohistoria.com.br/lendasemitos/cuca/index_clip_image002.jpg Le Cuca est un des êtres mythologiques majeurs du folklore brésilien. Il est populairement connu comme un vilain vieux crocodile qui vole les vilains enfants. D'origine portugaise cette légende est tout d'abord un dragon nommé coca. Cette tradition a été importé au Brésil lors de la colonisation. La légende raconte que le Cuca enlève les enfants qui désobéissent à leurs parents. Le Cuca dors seulement une nuit tous les 7 ans, et se met en colère par conséquent lorsque vous criez. Certains parents tentent d'effrayer leurs enfants résistants sommeil, en leur expliquant que s'ils ne s'endorment pas, Cuca les ramassera.

A Cuca é um dos principais seres mitológicos do folclore brasileiro. Ela é conhecida popularmente como uma velha feia na forma de jacaré que rouba as crianças desobedientes. A origem desta lenda está em um dragão, coca das lendas portuguesas, esta tradição foi trazida para o Brasil na época da colonização. Diz a lenda, que a Cuca rouba as crianças que desobedecem a seus pais. A Cuca dorme uma noite a cada 7 anos, e quando fica brava dá um berro que dá pra ouvir à 10 léguas de distância. Pelo fato da Cuca praticamente não dormir, alguns adultos tentam amedrontar as crianças que resistem dormir, dizendo que se elas não dormirem, a Cuca irá pegá-las.

cuca.jpg Vai-te, coca, sai daqui
Para cima do telhado
Deixa o menino
Dormir sossegado
Nana, neném
Que a cuca vem pegar
Papai tá na roça
Mamãe foi cozinhar

A cuca é um papão, um ente fantástico que mete medo às crianças causando pavor. Sua aparência varia de lugar para lugar, mas a maioria das pessoas diz que ela tem a forma de uma velha, bem velha e enrugada, corcunda, cabeleira branca, toda desgrenhada, com aspecto assustador. Ela só aparece à noite, sempre procurando por aquelas crianças que fazem pirraça e não querem ir dormir cedo. Então, a cuca as coloca num saco, levando-as embora para não se sabe onde e faz com elas não se sabe bem o que, mas, com toda certeza, trata-se de algo muito terrível. Ela também é chamada de coca ou coco e assombra crianças de Portugal, Espanha, alguns países africanos e tribos indígenas brasileiras. Em alguns lugares ela é um velho, em outros, se parece com um jacaré ou uma coruja. Existem muitas canções e versos sobre a cuca. Luís da Câmara Cascudo, em Geografia dos mitos do Brasil, indica a seguinte cantiga, comum no Nordeste brasileira:

Dorme, neném
Se não a cuca vem
Papai foi pra roça
Mamãe logo vem

Cuca est un croque-mitaine [en français], un être fantastique dont on menace les enfants et qui provoque leur terreur. Son apparence varie selon les régions, mais la plupart des gens disent qu’il s’agit d’une sorcière, très vieille et ridée, courbée et bossue, avec une tignasse de cheveux blancs, et que la voir suffit à vous terrifier. Elle apparaît seulement de nuit, à la recherche des enfants désobéissants qui refusent de se coucher tôt. La Cuca met alors ces enfants dans un grand sac, et les emporte on ne sait où, pour leur faire on ne sait quoi, mais certainement des choses horribles. On l’appelle coca ou coco et elle terrorise les enfants au Portugal, en Espagne, dans certains pays d’Afrique et aussi dans quelques tribus indigènes brésiliennes. Pour certains, elle est un vieil homme, pour d’autres, ailleurs, elle ressemble à un alligator ou à une chouette. Nombreux sont poèmes et chansons qui parlent de la Cuca. Dans son livre « Geografia dos Mistos do Brazil » [« La géographie des mythes brésiliens »], Luís da Câmara Cascudo s’arrête sur la chanson populaire suivante, très répandue dans le nord est du Brésil :

« Dors, l’enfant
Ou la cuca va venir
Papa travaille en ce moment
Et Maman va bientôt revenir »

Negro d'água o caboclo d'agua

index_clip_image002.jpg Selon la légende le nègre de l'eau vit dans de nombreuses rivières du Brésil. Il est un mélange d'un grand et fort homme noir chauve et d'un amphibien couvert d'écailles doté de nageoires. Cette histoire est assez répandu chez les riverains, principalement dans la région du Midwest du Brésil, les pêcheurs affirment fréquemment l'avoir vu. Cet être apparaît souvent à ces derniers et aux autres personnes habitant vers une rivière. Son objectif serait de faire peur aux navigateurs. Il n'existe aucune preuve de la naissance de cette légende.

Conta a lenda que o Negro D'água ou Nego D'água vive em diversos rios. Manifestando-se com suas gargalhadas, preto, careca e mãos e pés de pato, o Negro D'água derruba a canoa dos pescadores, se eles se negarem de dar um peixe. Em alguns locais do Brasil, ainda existem pescadores que, ao sair para pescar, levam uma garrafa de cachaça e a jogam para dentro do rio, para que não tenham sua embarcação virada. Esta é a História bastante comum entre pessoas ribeirinhas, principalmente na Região Centro-Oeste do Brasil, muito difundida entre os pescadores, dos quais muitos dizem já ter o visto. Segundo a Lenda do Negro D'Água, ele costuma aparecer para pescadores e outras pessoas que estão em algum rio. Não se há evidências de como nasceu esta Lenda, o que se sabe é que o Negro D'Água só habita os rios e raramente sai dele, seu objetivo seria como amedrontar as pessoas que por ali passam, como partindo anzóis de pesca, furando redes dando sustos em pessoas a barco, etc. Suas características são muito peculiares, ele seria a fusão de homem negro alto e forte, com um anfíbio. Apresenta nadadeiras como de um anfíbio, corpo coberto de escamas mistas com pele.

caboclo.jpg “O senhô pode me creiá. Eu e meus dois menino, numa pescaria, num pegamo um caboclo pro causa desta minha careca. Eles três tavam numa canoa e, noutra, eu mais o fio mais novo, o caçula, de uns dezoito janeiros de idade. Nisso, donde nós tava, nós escutou os menino gritando demais. Nós remou depressa pra lá, mas quando já tava pertinho de chegá nós ouviu eles gritá: “Sorta! Sorta! que é o velho nosso pai”. E nós viu, no escuro que fazia, o bicho rolar pra dentro d’água, maretando o rio. Pois num foi que os bobos dos meninos deixaro se encantá a ponto de confundi eu com o danado? Vendo a quereca dele lumiá na luz dos fachos, pensaro que o bicho era eu e gritaram pra soltar. Encantado como eles ficou, até esquecero que eu num era nenhum bocó pra ficar sem gritar com aquela amarração que tinham fazido a rede, embaraiando o sem-vergonha.”

O caboclo-d’água, também chamado negro-d’água e bicho-d’água, é um dos mitos aquáticos mais populares na região do vale do rio São Francisco. Ninguém sabe de onde surgiu. Vive nas barrancas e alagadiços. Segundo as descrições mais comuns, é baixo, troncudo, musculoso, muito forte, tem a pele cor de bronze e um só olho no meio da testa. Apesar de seu tipo físico, movimenta-se de forma muito rápida e ágil. Às vezes sai do rio e caminha pela terra, geralmente para praticar alguma vingança ou fazer algum favor, mas nunca se afasta muito das margens. Para muitos, é um só e possui poderes para estar em vários lugares ao mesmo tempo. Dizem que possui o temperamento enfezado e não nutre grandes simpatias para com os pescadores e remeiros. Agarra o fundo das canoas e barcos, balançando-os até os virar ou encalhando-os. Seu corpo é à prova de balas. Para evitar encontrá-lo, deve-se fincar uma faca no fundo da embarcação. Porém, se for bem tratado, o caboclo torna-se benfazejo, ajudando nas pescarias e evitando enchentes. Para agradá-lo, basta oferecer-lhe fumo.

Quibungo

http://www.sohistoria.com.br/lendasemitos/quibungo/index_clip_image002.jpg Selon la légende, le Quibungo est une sorte de noir Boggart, un visiteur inattendu d'Afrique qui a élu domicile à Bahia. Il s'agit d'une variation du Cuca. Considéré comme un dévoreur redoutable des enfants indisciplinés notamment ceux qu'ils ne veulent pas dormir. Il n'y a aucun témoignage de son existence, mais existe dans l'univers infantile. Ce sont ses histoires traditionnelles racontées aux enfants agités ou têtu où il rampe comme un fantôme mi homme mi loup noir en guenilles affamé, sale, d'une laideur incroyable et d'un caractère particulièrement cruel sans but moral.

Segundo a lenda o Quibungo é uma espécie de Bicho-Papão negro, um visitante africano inesperado que acabou por se domiciliar na Bahia, onde passou a fazer parte do folclore local. Trata-se de uma variação do Tutu e da Cuca, cuja principal função era disciplinar, pelo medo, as crianças rebeldes e relutantes em dormir cedo. O Quibungo faz parte dos contos romanceados, sempre com um episódio trágico ou feliz, mas sem data que o localize no tempo. É um Velho do Saco para os meninos, um temível devorador de crianças, especialmente as desobedientes. Sem dúvida um meio eficaz de cobrar disciplina pela imposição do medo. Não há nenhum testemunho ocular de sua existência, mas, em meio ao universo infantil, existe como concreto. Dentro dessas histórias tradicionais, contadas para as crianças inquietas ou teimosas, ele se arrasta como um fantasma faminto, como um feroz devorador de meninos e meninas que distanciam dos seus pais. É personagem da literatura oral afro-brasileira, com cruel voracidade, enorme feiúra, brutalidade e inexistente finalidade moral. O Quibungo é ao mesmo tempo homem e animal. Espécie de lobo ou velho negro maltrapilho e faminto sujo e esfarrapado, um verdadeiro fantasma residente nos maiores temores infantis.

quibungo.jpg “Ele então disse: — Então, quero comê-los auê
como gérê, como gérê, como érá? Ela respondeu: — Pode comê-los, embora, auê como gérê, como gérê, como érá. E ele comeu todos os três, jogando-os no buraco das costas. Depois, perguntou de quem era a mulher, e a mulher respondeu que era de seu marido. O quibungo resolveu-se comê-la também, mas quando ia jogá-la no buraco, entrou o marido armado de uma espingarda de que o quibungo tem muito medo.”

É uma espécie de monstro, meio homem, meio bicho. Tem a cabeça enorme e um grande buraco no meio das costas, que se abre e fecha conforme ele abaixe e levante a cabeça. Come pessoas, especialmente crianças e mulheres, abrindo o buraco e atirando-as dentro dele. O quibungo, também chamado kibungo ou chibungo, é mito de origem africana que chegou ao Brasil através dos bantus e se fixou no estado da Bahia. Suas histórias sempre surgem em um conto romanceado, com trechos cantados, como é comum na literatura oral da África. Em Angola e Congo, quibungo significa “lobo”. Curiosamente, segundo as observações de Basílio de Magalhães, as histórias do quibungo não acompanharam o deslocamento do elemento bantu no território brasileiro, ocorrendo exclusivamente em terras baianas. Para Luís da Câmara Cascudo, apesar da influência africana ser determinante, “parece que o quibungo, figura de tradições africanas, elemento de contos negros, teve entre nós outros atributos e aprendeu novas atividades“. Extremamente voraz e feio, não possui grande inteligência ou esperteza. Também é muito vulnerável e pode ser morto facilmente a tiro, facada, paulada ou qualquer outra arma. Covarde e medroso, morre gritando, apavorado, de forma quase inocente.

Vaqueiro Misterioso

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Cette légende est très répandu à l'intérieur du Brésil, en particulier dans les endroits qui ont une forte tradition dans le cycle Gado. Le mystère de ce cow-boy semble toujours participer aux compétitions du bœuf abattu de la race argolinha mais aussi parmi d'autres compétitions montaria. Il est toujours décrit comme un vieux cow-boy à un cheval gagnant toutes les compétitions et disparaissant sans laisser de trace .

Esta lenda é muito comum por todo o interior do Brasil, principalmente nas localidades que tem fortes tradições no Ciclo do Gado.Esta Lenda relatada por muitos vaqueiros, onde o Vaqueiro Misterioso sempre aparece para participar das competições de derrubada de boi, corrida de argolinha, entre outras competições de montaria.Ele sempre é descrito como um vaqueiro velho,mal vestido com um cavalo fraco e velho, participa e ganha todas as competições e quando alguém procura por ele para saber de onde ele veio ,ele acaba sumindo sem deixar nenhuma pista.

vaqueiro.jpg “…Era um vaqueiro ambulante, misteriosamente aparecendo por fazendas em ocasiões de difíceis vaquejadas em que pintava proezas admiráveis. Nos sertões do norte mineiro dele se fala ainda com essa crença supersticiosa cheia de infância e desalinho, marcando datas, lugares, perigos inimagináveis, quase impossíveis, salvando gerações, vivendo de todos e por toda a parte, sempre o mesmo, inextinguível. Franzino, mulato de mediana estatura, pouco idoso, falando pouco e muito descansado, sempre vestido de perneira e gibão, cavalgando eternamente uma égua muito feia e magra ocultando a larga fronte, olhar expressivo e barba espessa e comprida sob um grande e desabado chapéu de couro — tal a figura simpática do Borges. Quase nunca era procurado porque, boêmio dos campos, sua residência certa ignorava-se.”

Ele aparece de repente nas fazendas ou em regiões pastoris. Não se sabe ao certo de onde veio ou onde nasceu. Tem vários nomes e, algumas vezes, nome nenhum. Sua montaria é um cavalo velho ou uma égua de aparência cansada, imprestáveis. Está sempre vestido humildemente, com um gibão de couro surrado e chapéu de vaqueiro, encobrindo o seu olhar misterioso. Surge nas ocasiões onde há vaquejadas ou apanha de gado novo, ferra ou batida para campear. Devido à sua aparência, torna-se alvo de zombaria dos demais vaqueiros e campeadores. Contudo, vence a todos os outros. É o mais ágil, mais destro, mais afoito deles. O sabedor de segredos infalíveis, o melhor, o herói. É aclamado pela multidão, desejado pelas mulheres, o convidado de honra do fazendeiro. Ele, porém, recusa todas as honrarias e desaparece da mesma forma que surgiu. Ninguém sabe como e nem para onde foi. É mito de origem lusitana, com variações locais, que ocorre em todas as regiões de pastorício no Brasil: Nordeste, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e Bahia.

Para Luís da Câmara Cascudo, “moralmente, é um símbolo da velha profissão heróica, sem registros e sem prêmios, contando-se as vitórias anônimas superiores às derrotas assistidas pelas serras, grotões e várzeas, testemunhas que nunca prestarão depoimento para esclarecer o fim terrível daqueles que vivem correndo atrás da morte.”

liens internet brésiliens

http://www.arteducacao.pro.br/Cultura/lendas.htm
http://www.sohistoria.com.br/lendasemitos/br/
http://www.jangadabrasil.org/

Liens internet Français

http://cayabdl.free.fr/ams/bresil/contes-et-legendes/page-contes-et-legendes-bresil.htm
http://www.cantinlevoyageur.com/ENFANTS/DECOUVRE_MONDE/BRESIL/contes_bresil/legende_deesse_eau.htm
http://www.ecrits-vains.com/mots_dits/willar50.htm
http://membres.multimania.fr/damasceno/cultura/folclore/lendas0.php
http://fr.globalvoicesonline.org/2010/01/05/26825/

Livres :

http://www.librairie-portugaise.com/ShowProduct.aspx?ID=544#