[L'esclavage au Brésil]

L’ESCLAVAGE AU BRESIL

O sistema esclavagista

A escravidão africana foi introduzida no Brasil em meados do século XVI. O Nordeste e o Sudeste continuaram nos séculos seguintes dependentes dos escravos nas plantações de cana-de-açúcar. A produção açúcar tornou-se , aliás, a mais importante actividade económica do Brasil. No século XVII as áreas de mineração começaram atrair os escravos. Foi difícil de calcular quantos negros de África foram levados para o Brasil durante o período colonial. Há pessoas que calcularam entre 2,5 e 3 milhões. Quando começaram a ser elaborados os mapas de população por exigência da administração pombalina, observaram que algumas regiões os escravos negros e pardos representavam 40 % ou mais da população.

Locais de origem dos escravos Os escravos vinham de vários lugares da África: desde Cabo Verde percorrendo a costa africana até ao Reino do Congo, Quíloa e o Reino grande Zimbabwe. Uma parte desses escravos eram prisioneiros de guerra que os negros trocavam com os portugueses.

A forma como os escravos eram traficados

O tráfico de escravos foi um dos piores acontecimentos da história da Humanidade. Homens, mulheres e crianças eram embarcados em navios negreiros (nas costas de África ) e eram transportados nas piores condições possíveis. Metiam-nos nos porões dos navios, todos uns em cima dos outros (quantos mais melhor) numa zona quase toda fechada e onde o ar não se renovava. A transpiração aumentava com o calor da zona por onde navegam, tornando o ar infestado sendo por isso muito prejudicial à saúde. Eram mal alimentados, tinham direito a muito pouca água, e esta estava quente devido ao calor e muitas vezes iam acorrentados. Desta forma, muitos deles morriam durante e viagem. Quando chegavam ao destino, eram vendidos nos mercados de escravos e tratados como se fossem animais, sendo separados os casais e filhos e vendidos à parte.

Os escravos que davam mais lucros eram os jovens e saudáveis, já que eram capazes de aguentar o trabalho. Esta situação (o tráfico negreiro) durou mais de três séculos e provocou uma grande catástrofe demográfica na população africana. A importância dos escravos para o Brasil

Os escravos desempenharam um importante papel para o Brasil, pois necessitavam deles para trabalhar nas fazendas, engenhos e minas uma vez que os índios recusavam-se a trabalhar, fugiam ou eram protegidos pelos jesuítas.

Havia um intenso tráfico que ligava entre si Portugal, o Brasil e o litoral africano. De África saíam, sobretudo para o Brasil, milhares de escravos, a troco de aguardente, panos ou utensílios de metal. Do Brasil vinham para a metrópole o açúcar e o tabaco, produtos cuja procura aumentava cada vez mais na Europa.

Os vários tipos de escravos

1.- Escravos de engenho

2.- Escravos na mineração

3.- Escravos urbanos

ENGENHOS: Os engenhos possuíam em média 100 escravos, mas chegavam a ter quase 300. Dos escravos que trabalhavam nos campos cerca de três quartos, cuidavam das canas, outros 10% mais especializados; concentravam-se no fabrico do açúcar. Os restantes eram artesãos, escravos da casa grande no serviço doméstico ou trabalhavam com os carros e os bois. As mulheres trabalhavam no campo assim como os homens que tinham também de cortar os matos.

Os escravos mais inteligentes eram escolhidos para caldeireiros, carapinas, calafates, tacheiros, barqueiros e marinheiros, pois estas actividades exigiam mais atenção e habilidade. Os crioulos, ou seja os nascidos no Brasil e por isso aculturados, bem como os mulatos eram os que desempenhavam os ofícios mais complexos dentro do engenho.

MINAS: No início, eram os colonos que exploravam as minas. Os empreendimentos de mineração empregavam menos escravos do que os engenhos, mesmo quando se tratavam de sociedades. Uma boa sociedade de mineração chegava a ter 60 escravos. Assim que começou o período da real extracção, ou seja em que a extracção de ouro e diamantes passou a ser monopólio do rei, em 1771, o número de escravos aumentou muito e os proprietários de escravos alugavam-nos à coroa para o serviço de mineração. Como trabalhavam em lugares perigosos, sujeitos a derrocadas e doenças haviam muitas mortes e estavam sempre a ser necessários novos escravos. O seu trabalho além de perigoso era muito duro. Eram também muito vigiados por causa dos roubos.

Os escravos urbanos eram em menor número do que no meio rural e ocupavam-se sobretudo com o serviço doméstico, com os ofícios mecânicos e com o comércio ambulante. Havia também escravas costureiras, engomadeiras, lavadeiras, cozinheiras, doceiras, rendeiras, mocambos, amas de leite e quitandeiras. Os escravos também serviam de cocheiros, de pajens, de carregadores de cadeirinha, de cavalariços, de soleiras. Fora de casa estavam sempre ligados uma série de profissões: barbeiros, sangradores, ferreiros, serralheiros, torneiros, etc. Muitos dos escravos eram alugados pelos seus senhores para trabalhar na construção civil, nos portos a carregarem ou descarregarem produtos, etc. Havia cada vez mais famílias de brancos das cidades a viver apenas do aluguer dos seu escravos. Era um negócio muito lucrativo.

Condições de vida dos escravos

No modo geral os feitores não lhe podiam bater com paus e dar-lhes pontapés porque eles podiam morrer e os donos perdiam dinheiro. Mas podiam dar-lhes com cipó para os “educar”. Também não podiam amarrar e castigar no tronco com cipó até correr sangue e por no tronco ou preso com correntes durante meses. Deveria ser assim, mas muitas das vezes estas regras não eram cumpridas em muitos dos engenhos Também lhes permitiam que fizessem as suas festas, porque era o único alívio do seu cativeiro. Quando haviam muitos escravos os senhores procuravam casá-los para os trazer para a religião católica, para aumentar os nascimentos e para que se sentissem mais motivados para o trabalho. Numa carta que um cónego escreveu antes de morrer dizia: “que sustentem e vistam os escravos e os tratem com amor e caridade e os não consintam solteiros, que os casem.” Quando à alimentação dos escravos do engenho podia ser dada directamente pelo dono, mas havia um sistema que era frequentemente adoptado que era de lhes dar um dia por semana para eles cuidarem da sua roça e assim produzirem os seus alimentos. Os escravos das minas tinham condições de vida miseráveis e eram colocados a trabalhar o máximo de horas possível a troco de uma alimentação muito pobre (os locais onde ficavam as minas eram afastados das zonas agrícolas e das cidades). Viviam com o perigo. Muitas vezes havia desmoronamentos e morriam soterrados. Os donos estavam sempre a substituir escravos mortos, doentes ou demasiado gastos pelo trabalho duro. O trabalho dos escravos da cidade era menos duro e as condições eram melhores. Não havia tanta violência e muitos desempenhavam boas profissões. Mas também havia os que eram alugados como carregadores ou para outros trabalhos pesados.