O português africano

~~SLIDESHOW~~

Geolinguística dos PALOPS

Córdoba, Argentina

Jean-Pierre Chavagne jpc 23/05/2011


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Introdução

  • O meu interesse pela questão
  • A geolingística
  • Os ecosistemas
  • Os factores determinantes

A geolinguística tem a ver com geografia e linguística. Os Átlas linguísticos, os mapas determinando as zonas onde se falam determinadas línguas, as influências de certas línguas em certas zonas, as variações diatópicas das línguas, a dialectologia, etc. são do domínio vasto da geolinguística. Enfim, tudo o que relaciona a língua e o espaço.

As línguas dentro de ecosistemas :

  • Ecosistema a nível de cada país, dos Palops, do continente africano ou do mundo de língua oficial portuguesa, etc.
  • Acções sobre as línguas ligadas à política e à geopolítica
  • Leis, dominações económicas, influências políticas, etc.
  • Linguística histórica e a etnolinguística
  • Procura de um antepassado linguístico comum, línguas e migrações, razões porque um povo mudou de língua, etc.

Factores determinantes :

  • A presença das línguas
    • nos órgãos de comunicação
    • na educação
  • Se a língua se escreve e se a língua tem
    • um papel sociopolítico
    • literatura
    • sites na Internet
  • A concorrência entre línguas

Perguntas de início

  • Que quer dizer “PALOPS”?
  • Quais são os PALOPS?
  • Quais são as capitais dos PALOPS?
  • Conhecem celebridades dos PALOPS?

Os palops

palop_map_layer_1.jpgPALOPs (os arquipélagos e o continente):
4 % da população africana, 7 % da superfície
Quantos lusófonos : 37 M ?

Vista geral da lusofonia

  • Os Palops : 5 entre 8
  • Portugal, um país monolingue, e o Brasil ?
  • Os Palops : cinco situações plurilinguísticas diferentes
  • Uma longa história de contactos entre as línguas
  • Língua = território
  • Pluriliguismo e glotofagia

São 8 os países de língua oficial portuguesa no mundo : não esquecer Timor-Leste ou Timor Lorosae, que também mereceria uma apresentenção pormenorizada a lusitanistas.

Ver as noções habituais de plurilinguismo e de multilinguismo. O monolinguismo foi um período histórico, que parece irreversível para países como os nossos (França e Argentine também), mas agora a França se encontra num conjunto político ond o plurilingismo et o multilinguismo têm sentido. Ora, o continente africano é profundamente multilingue e as suas sociedades são plurilingue.

O português precedeu os portugueses nas terra safricanas com o sistema de comércio pumbeiros-aviante-aviado.

A língua que tem tido mais interações com a língua portuguesa é o kimbundu (mais detalhado na segunda apresentação sobre o português angolano).

As línguas exportam-se (já se viu…). Passou-se numa época determinada da história do mundo.
As línguas morrem, raramente nascem.
O território é hoje o critério número um do uso de tal ou tal língua, o lugar onde nos encontramos, onde vivemos, com algumas exceções.

Assistimos nos Palops ao enfraquecimento das línguas africanas, quase todas.

Outras perguntas

  • Qual é o Palop onde a maior percentagem da população fala português ?
  • Fala-se mais português nos Palops agora ou falava-se mais em 1975 ?
  • Quais são as outras línguas que se falam nos Palops ?
  • Qual é a língua que teve a mais longa interacção com a língua portuguesa (das origens até hoje) ?
  • Os crioulos de base portuguesa são dialectos do português ?
  • O que é uma língua bantu ?

Os Palops são etnicamente plurilingues

mas sociopoliticamente monolingues

  • Factor de unidade nacional
  • Plurilinguismos desiguais quando um termo é o português
  • Necessária para relações interafricanas, e internacionais a nível mundial
  • Acesso a uma cultura planetária
  • A língua portuguesa como ferramenta não portuguesa
  • Atração da potência económica ocidental

Língua franca, pidgins, crioulos, ilhas crioulas

  • Uma rede comercial estruturada desde o início
  • Atingia regiões longínquas do interior do continente que hoje não pertencem aos Palops
  • Os agentes : pombeiros, funantes, aviantes-aviados
  • Feiras e presídios

Angola

carte_ethnolinguistique.jpg10 grandes grupos etnolinguísticos : Kimbundu, Umbundu, Kikongo, Cokwe, Ganguela, Herero, Nyaneka, Ovambo, Okavango, Khoisan

Os nomes dos povos e das línguas são numerosos para cada um dos povos e cada uma das línguas, e variam na ortografia. Non domínio científico, decidiu-se usar os termos seguintes tanto para o masculino, o feminino, o singular, o plural e para todas as línguas.

PovosLínguas
Mbundu Kimbundu
Ovimbundu Umbundu
Bakongo Kikongo
Lunda-Quioco Cokwe
Ganguela Ganguela
Herero Herero
Nyaneka-HumbeNyaneka
Ovambo Ovambo
Okavango Okavango
Bosquímanes Khoisan
Hotentotes Khoisan

Angola constitui um caso aparte no conjunto dos Palops como no continente africano, por duas razões :

  • uma parte da população não fala outra língua senao a língua do colonizador, portanto o português se tornou um língua vernacular em Angola
  • podemos pensar que 90 % da população é capaz não somente de entender o português bem como de se expressar num português razoavelemente correto.

Moçambique

moz_eth.jpgNomes tradicionais de línguas de Moçambique : Macua-Lomué, chope, sena, yao, chiwabo, changane, ronga, etc.

Lista das línguas de Moçambique do site Ethnologue : http://www.ethnologue.com/show_country.asp?name=MZ

Línguas maternas em Moçambique


Átlas demográfico e social de Moçambique em 1997 : http://www.lusotopie.sciencespobordeaux.fr/cahen-waniez-brustlein.pdf

Guiné-Bissau

Crioulo, Balanta, Mandinga, Mandjak, Papel, Peul, Bijago,…

Muitos povos, muitas línguas (mais de 20). Difícil de encontrar uma documentação certa. A Guiné-Bissau funcionou como uma terra onde foram parar as migrações por razões geográficas.

Cabo Verde

cap-verde-mapa.jpgA maior homogeneidade : kabuverdianu e português

Todos falam crioulo, muito mais de a metade fala português.

São Tomé e Príncipe

Forro, Lunguyé, angolar

Vale a pena lembrar a curiosa história dos angolares, e o mito das origens deles.

Bibliositografia

  • CALVET, Louis-Jean, Le marché aux langues, les effets linguistiques de la mondialisation, Plon, Paris, 2002.
  • CAHEN, Michel, ‘L'Afrique “lusophone” ou le nationalisme paradoxal’, Bordeaux, Centre d'étude d'Afrique noire de l'Institut d'études politiques, 2000, lisible à :

http://www.africultures.com/php/index.php?nav=article&no=1258