Os da minha rua

É considerado às vezes como um livro para a juventude, mas não é especialmente. É mais um livro sobre a infância do autor, nos anos 80, em Luanda, que adotou uma voz infantil, uma perspectiva infantil, o que o estilo confirma. O contexto sociopolítico transparece : um regime marxista, monopartidarista, algumas dificuldades de vida devida à guerra civil, etc.
São 22 contos curtos. O estilo pode lembrar o de um diário. Os contos não têm uma completa autonomia, inserem-se num conjunto, repetem elementos, pode-se ver como que uma progressão narrativa. O estilo também apresenta uma vertente poética acentuanda.
O género do conto é especial. Muitos contos parecem não ter fim, como se fossem um simples capítulo de um livro, mas ficamos sem saber sobre este fim. Além disso o livro, considerado no seu conjunto, apresenta certa redundância, no sentido em que não é preciso lê-lo inteiramente para conhecer quase tudo, e parece possível escrevermos um novo capítulo.

Os factos contados, em parte inventados, passam-se nos anos 80, no contexto da cidade de Luanda. O país conhece uma guerra civil que só acabaria em 2002, e que cria condições de vida péssimas para grande parte da população angolana. Ondjaki faz uma escolha dos factos e acontecimentos mas faz abstracção de muitas circunstâncias. Para quem conhece o contexto, encontram-se indícios no texto de Ondjaki, mas ele não fala do fome, da miséria.
A rua é a Rua Fernão Mendes Pinto, no bairro de Maianga em Luanda, ao lado da piscina de Alvalade.
O livro contém como postfácio duas cartas, uma de Ondjaki a Ana Paula Tavares e a resposta da escritora angolana.

  • A que classe social pertence o narrador?
  • Qual o significado da TV a cores?
  • Que progressão do primeiro ao último conto?
  • Em que o texto é poético?

Lista dos contos do livro

Ler mais atentamente os contos assinalados com *

  • O voo do Jika*
  • A televisão mais bonita do mundo*
  • O kazukuta
  • Jerri Quan e os beijinhos na boca
  • Os óculos do Charlita
  • A professora Genoveva esteve cá
  • A ida ao Namibe*
  • O homem mais magro de Luanda
  • O último carnaval da Vitória*
  • A piscina do tio Victor*
  • Os Quedes vermelhos da Tchi*
  • Manga verde e o sal também*
  • Bilhete com foguetão*
  • As primas do Bruno Viola*
  • O portão da casa da tia Rosa
  • O calções verdes do Bruno
  • O bigode do porfessor de Geografia
  • Na galinheiro, no devagr do tempo
  • O Nitó que também era Sankarah
  • Um pingo de chuva
  • Nós chorámos pelo cão Tinhoso*
  • Palavras para o velho abacateiro