Différences
Ci-dessous, les différences entre deux révisions de la page.
Les deux révisions précédentesRévision précédente | |||
intercomprehension:present:cordoba2 [09/12/2014 18:27] – [Da lusofonia à romanofonia] jpc | intercomprehension:present:cordoba2 [24/11/2022 05:34] (Version actuelle) – modification externe 127.0.0.1 | ||
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+ | ====== Da lusofonia à romanofonia ====== | ||
+ | **pela intercompreensão**\\ | ||
+ | //**sob o aspecto de política linguística educativa**// | ||
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+ | ~~SLIDESHOW~~ | ||
+ | ~~ODT~~ | ||
+ | //A partir do meu percurso, questões relativas à aprendizagem de línguas, à pedagogia e didática das línguas, e às políticas linguísticas educativas.// | ||
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+ | Universidad Nacional de Córdoba, Argentina, Jornadas Internacionais Descobrindo Culturas em Língua Portuguesa, 10 de novembro de 2014 {{ : | ||
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+ | Modo de usar: | ||
+ | *Clicar no ícone representando um quadro para lançar o datashow. | ||
+ | *Clicar na seta " | ||
+ | *Clicar no ícone Open Office para editar esta página em formato ODT. | ||
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+ | Proposta inicial:\\ | ||
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+ | Resumo proposto: A intercompreensão, | ||
+ | De simples prática do diálogo entre pessoas de línguas diferentes falando cada uma a língua dela, a intercompreensão tornou-se uma abordagem do ensino-aprendizagem de línguas, e construiu-se uma didática da intercompreensão, | ||
+ | Os fenómenos acontecendo com o português em situações de intercompreensão acontecem também com as outras abordagens plurais, e também acontecem com outras línguas que o português em tais situações, | ||
+ | Tentarei demonstrar como, em situações de intercompreensão, | ||
+ | - aproveitamento de ao menos uma outra língua que a língua de estudo (que pode ser a língua materna), mas geralmente aprendizagem simultânea de várias línguas ;\\ | ||
+ | - aprendizagem parcial (começando pela compreensão do escrito, e depois do oral).\\ | ||
+ | Podemos além disso aumentar o número de línguas, e acrescentar a interação com nativos das outras línguas.\\ | ||
+ | As representações vão então evoluir particularmente em certas direções (deslocamento conceitual): | ||
+ | - o conceito de línguas distintas para o conceito de continuum, de línguas parentes e vizinhas;\\ | ||
+ | - o plurilinguismo para a pluralidade de cada língua;\\ | ||
+ | - certo complexo de não-compreensão para uma aceitabilidade da intercompreensão; | ||
+ | - o valor da interação; | ||
+ | - a dimensão intercultural.\\ | ||
+ | A intercompreensão poder-se-ia considerar como uma rutura com os modelos didáticos, mas não é, porque pode se ver mais como uma complementaridade do que como uma alternativa, | ||
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+ | Programa das jornadas : http:// | ||
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+ | Entrevista depois da conferência : https:// | ||
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+ | ===== Como começou ===== | ||
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+ | *o português | ||
+ | *o encontro inicial | ||
+ | *projetos europeus | ||
+ | *cooperação internacional | ||
+ | *aulas de dois tipos | ||
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+ | |Notes| | ||
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+ | A certa altura na minha vida, nutri uma paixão pela língua portuguesa que me levou a viver em Angola durante 6 anos, período depois do qual me tornei professor de português. Era então professor primário e acabei recentemente a minha carreira na universidade de Lyon. | ||
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+ | No ano 2000, participei duma reunião do grupo de pesquisa de Louise Dabène em Grenoble. O grupo estava acabando um projeto de compreensão das línguas românicas, Galatea. Aqui em Córdoba sei que a aventura da intercompreensão começou por uma visita de André Valli, mais ou menos à mesma época. | ||
+ | |||
+ | Depois de Galatea, o grupo lançou-se em vários projetos europeus sucessivamente : Galanet (2001-2004), | ||
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+ | Criaram-se aulas de intercompreensão em Lyon 2 : primeiro Galanet em 2004 e em 2012 um curso baseado em EuRom5 (método da família de InterRom, criado em Córdoba). | ||
+ | |||
+ | Experimentei paralelamente a insatisfação do trabalho em sala de aula numa época em que o contexto social e mundial tinha mudado (Internet, mais viagens, cosmopolitismo). "Le nouveau système est psychotechnologique et sociotechnologique." | ||
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+ | ===== Aprendizagem de línguas ===== | ||
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+ | *línguas " | ||
+ | *fracasso dum sistema ambicioso | ||
+ | *isolamento do aluno | ||
+ | *complexos | ||
+ | *realismo e plurilinguismo | ||
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+ | |Notes| | ||
+ | |||
+ | "Nada do que é humano me é estrangeiro", | ||
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+ | O que acontece : um fracasso pouco falado porque validado pela comunidade como sucesso. Embora os professores tenham certo pudor e não falem nisso de que o sistema é responsavel por que o sistema se satisfaz pelo insucesso, valida os exames e gasta inutilmente muito dinheiro. Sobrevive ainda o mito do locutor nativo, a exigência duma perfeição, | ||
+ | As condições de ensibno immostas pelo sistema : 4 paredes (inta muros) quando uma línga se aprende extra muros. | ||
+ | |||
+ | Ver //Inglês em escolas públicas não funciona? Uma questão, múltiplos olhares// de | ||
+ | Diógenes Cândido : http:// | ||
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+ | A avaliação não é "ver se funciona numa situação autêntica" | ||
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+ | A urgência é introduzir realismo e plurilinguismo, | ||
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+ | ===== As abordagens plurais ===== | ||
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+ | *awareness of languages | ||
+ | *didática integrada | ||
+ | *abordagem intercultural | ||
+ | *intercompreensão | ||
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+ | |Notes| | ||
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+ | Devemos ao inglês [[https:// | ||
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+ | A didática integrada é considerar, tomar em conta, as outras línguas que se estudam no sistema e neste temos sempre a língua oficial, de ensino e materna. Foi o propósito de Louise Dabène que demonstrou que não se podia continuar a aprender espanhol como se não se soubesse falar francês (e é muito mais evidente quando se trata do português e vice-versa). | ||
+ | |||
+ | A abordagem intercultural visa a resolver problemas eventuais de incompreensão entre pessoas de culturas diferentes, a conhecer um pouco melhor as outras culturas, mas não necessariamente a língua. | ||
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+ | E a quarta abordagem é a intercompreensão. | ||
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+ | ===== A intercompreensão ===== | ||
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+ | *uma prática entre pessoas | ||
+ | *prioridade : compreender | ||
+ | *métodos de dois tipos | ||
+ | *a dimensão informática | ||
+ | *a dimensão formativa | ||
+ | |||
+ | ---- | ||
+ | |||
+ | Não confundir com a interinteligibilidade (entre línguas), a intercompreensão se pratica entre humanos (embora haja estudos sobre intercompreensão entre homens e maquinas...) na base da interinteligibilidade enter línguas, ou inteligibilidade mútua, como poderíamos também falar de compreeensão mútua. | ||
+ | |||
+ | " | ||
+ | “La compréhension est à la fois moyen et fin de la communication humaine. Or, l’éducation à la compréhension est absente de nos enseignements. La planète nécessite dans tous les sens des compréhensions mutuelles. Étant donné l’importance de l’éducation à la compréhension, | ||
+ | La compréhension mutuelle entre humains, aussi bien proches qu’étrangers, | ||
+ | Edgar Morin, http:// | ||
+ | Tradução em PT : "A compreensão é ao mesmo tempo meio e fim da comunicação humana. Ora, a educação à compreensão está ausente dos nossos ensinamentos. O planeta necessita em todos os sentidos compreenões mútuas. Dada a importância da educação à compreensão, | ||
+ | A intercompreensão são as " | ||
+ | |||
+ | Preparar-se para o diálogo (com a aprendizagem da leitura em várias línguas) ou aprender dialogando (com os projetos de aprendizagem em "rede de grupos", | ||
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+ | A intercompreensão dá menos importância à língua em si, trata-se mais de utilizar a língua para outros fins, principalmente entender o outro. A autonomização é um dos efeitos mais relevantes pedagogicamente, | ||
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+ | Quando as pessoas se entendem reciprocamente falando línguas diferentes, já não é preciso aprender à falar e a escrever a língua do outro. | ||
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+ | ===== O português ===== | ||
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+ | *a porta da romanofonia | ||
+ | *mas nem só | ||
+ | *é só um exemplo | ||
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+ | |Notes| | ||
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+ | Para quem é lusófono, alcançar uma compreensão razoável, sobretudo do escrito, em todas as línguas românicas é possível. Quanto mais possível se a pessoa já aprendeu alguma coisa de francês ou de qualquer outra língua românica, o que é frequentemente o caso. | ||
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+ | Uma língua não será complementamente estrangeira, | ||
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+ | O português é só um exemplo : o que acontece com o português acontece com qualquer língua. Nenhuma delas pode ser desprezada, mesmo se fosse um falar local de pouco prestígio. | ||
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+ | ===== No português ===== | ||
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+ | *as nasais do francês | ||
+ | *o plural do espanhol, do catalão, do francês | ||
+ | *conjugar é parecido | ||
+ | *o vocabulário | ||
+ | \\ | ||
+ | |**ontem**|ayer|ahi|ieri|hier| | ||
+ | |data|**fecha**|data|data|date| | ||
+ | |outono|otoño|**tardor**|autunno|automne| | ||
+ | |imprensa|prensa|premsa|**stampa**|presse| | ||
+ | |mulheres|mujeres|dones|donne|**femmes**| | ||
+ | //(quadro tirado de EuRom5)// | ||
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+ | |Notes| | ||
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+ | Conjugar é parecidíssimo se se comparar a outras famílias de línguas. | ||
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+ | Os sete passadores (Sieben Siebe), EuRom4 et 5, InterRom, Interlat, exploram as semelhanças sistematicamente. | ||
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+ | O vocabulario apresenta-se como um continuum [kõˈtinwũ] . Frequentemente o francês aparece isolado. | ||
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+ | ===== Princípios ===== | ||
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+ | *fase inicial no sistema | ||
+ | *aprender parcialmente | ||
+ | *aprender simultaneamente | ||
+ | *interação facilitada | ||
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+ | |Notes| | ||
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+ | Nada é rigorosamente obrigatório, | ||
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+ | Uma abordagem quer dizer: e se começássemos pela intercompreensão e depois cada um vai escolher as línguas que quiser para se expressar nelas? A proposta não é substituir mas introduzir num sistema fracassado uma fase inicial proveitosa. | ||
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+ | parcial : compreender só - simultâneo : várias línguas | ||
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+ | Mais tarde, menos tarde, é alcançável dialogar com o nativo... às vezes desde o início. | ||
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+ | Desde que o interlocutor faz o mesmo, o diálogo é possível (a partir de duas línguas, ES e PT por exemplo). | ||
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+ | Mas isso pode criar um choque, um stress e obrigar a um deslocamento conceitual... | ||
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+ | ===== Deslocamento conceitual ===== | ||
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+ | *professor e aluno : mostrar mais as semelhanças do que as diferenças | ||
+ | *do conceito de línguas distintas para o de continuum | ||
+ | *de línguas diferentes para o de de línguas parentes e vizinhas | ||
+ | *do plurilinguismo para a pluralidade de cada língua; | ||
+ | *de certo complexo de não-compreensão para uma aceitabilidade da intercompreensão; | ||
+ | *do intra muros ao valor da interação e à dimensão intercultural.\\ | ||
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+ | |Notes| | ||
+ | |||
+ | A intercompreensão, | ||
+ | |||
+ | Semelhanças/ | ||
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+ | Recortar o continuum para distinguir línguas, com a normatividade, | ||
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+ | A noção de parentesco e de vizinhança linguistica é pouco precisa. | ||
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+ | Cada língua apresenta certa pluralidade. Exemplo do eslovênio. | ||
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+ | Certo que uma pessoa convencida de que não vai entender não vai entender. O primeiro passo será a aceitabilidade. | ||
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+ | Também se poderia falar da atitude em relação aos erros. | ||
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+ | O conforto do intra muros da sala de aula, compartilhado por professores e alunos, é um obstäculo à interatividade nativo-não nativo : quer dizer ao encontro intercultural. | ||
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+ | ===== As concepções ===== | ||
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+ | *André Giordan (desde 1987) | ||
+ | *uma maneira pessoal de compreender | ||
+ | *um filtro | ||
+ | *uma rede | ||
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+ | André Giordan vai além da simples representação com outra noçãoque é a concepção, | ||
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+ | A concepção é a maneira pessoal de compreender algo. Nem todas as concepções são negativas, mas para aprender é preciso mudar concepções quando são obstáculos. | ||
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+ | «La conception n’est pas le produit de la pensée, elle est le processus même de l’activité mentale. Elle devient une stratégie, à la fois comportementale et mentale, que gère l’apprenant pour réguler son environnement». GIORDAN, A. (1996) " | ||
+ | Tradução em PT : "A concepção não é o produto do pensamento, ela é à oproicesso da atividade mental. Torna-se um estratégia, | ||
+ | |||
+ | Crenças, atitudes, valores, conhecimentos... podem ser um filtro que esconde a realidade, e torna difícil ou até impossível o trabalho do mediador, do docente. A rede de concepções age como um filtro redutor. | ||
+ | |||
+ | As concepção não são autónomas, mas constituem uma rede mais ou menos coherente, mas que pode evoluir. | ||
+ | |||
+ | Uma das concepções frequentemente opostas à intercompreensão é a superioridade da aprendizagem em imersão (esquecendo a própria língua). | ||
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+ | Importância de ideia de desconstrução-reconstrução de estruturas do pensamento existentes. | ||
+ | |||
+ | A intercompreensão propõe uma mudança de concepções para aprender mais. Alunos já testemunharam duma facilidade maior frente às línguas. | ||
+ | |||
+ | Criar uma perturbação, | ||
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+ | ===== O modelo alostérico ===== | ||
+ | |||
+ | *um modelo didático, molécula e enzima | ||
+ | *compatível com os modelos antigos | ||
+ | *virado para o aprender (e não o ensinar), | ||
+ | *importância do contexto, e lugar central do docente | ||
+ | *recusa-se a linearidade (a favor da reticularidade) | ||
+ | |||
+ | |||
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+ | |Notes| | ||
+ | |||
+ | Como é biólogo André Giordan, tira da biologia termos que vai aplicar à didática em geral, e nós achamos que era válida a teoria do modelo alostérico para as línguas, e precisamente a intercompreensão. | ||
+ | |||
+ | Uma enzima específica permite a produção de uma substância (como a chave permite a abertura da porta). A alosteria é uma forma de regulação da atividade da enzima em função das condições exteriores que se modificam. A alostéria pode se chamar também cooperatividade. A enzima transforma-se, | ||
+ | Ver http:// | ||
+ | |||
+ | As concepções mudam como a enzima muda en função do contexto. | ||
+ | |||
+ | A compatibilidade com os antigos modelos existe. | ||
+ | |||
+ | O modelo alostérico do aprender (allosteric learning model), desenvolvido pelo LDES, Laboratorio de didática da Universidade de l’université de Genebra (Suíça): | ||
+ | *virado para o aprender (e não o ensinar), | ||
+ | *importância do contexto, e lugar central do docente | ||
+ | *importância de ideia de desconstrução-reconstrução dse estruturas do pensamento existentes | ||
+ | *influência do ambiente o qual acontece a aprendizagem | ||
+ | *aspeto dinâmico e sistémico da elaboração dos saberes : recusa-se a linearidade (a favor da reticularidade) | ||
+ | *importância dos diferentes níveis do aprender (agir, aprender, aprender a aprender) | ||
+ | |||
+ | A razão pela qual o ensino tradicional das línguas fracassa pode ser um problema de concepção : isolamento, gramatica, expressão forçada, sofrimento, falta a " | ||
+ | |||
+ | A " | ||
+ | |||
+ | ===== Miriadi ===== | ||
+ | |||
+ | *um ambiente didático | ||
+ | *rede de grupos | ||
+ | *à procura de uma aceitação institucional | ||
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+ | |Notes| | ||
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+ | ===== Sitografia ===== | ||
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+ | Documentos em linha | ||
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+ | *[[https:// | ||
+ | *[[http:// | ||
+ | *[[http:// | ||
+ | *[[intercomprehension/ | ||
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+ | |Notes| | ||
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+ | Os artigos de Wikipédia sobre o assunto carecem de redatores. | ||
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+ | ===== Bibliografia ===== | ||
+ | Livros e artigos publicados em papel | ||
+ | *HAWKINS, Eric, //Awareness of language: An introduction//, | ||
+ | *DABENE, Louise, | ||
+ | *BLANCHE-BENVENISTE, | ||
+ | *BLANCHET, Philippe, Regard sociolinguistique sur l’intercompréhension entre langues différentes : fondements théoriques, | ||
+ | *GIORDAN, André, "Le modèle allostérique" | ||
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