CAPOEIRA

Konstantin Bochkov
Numero de estudante : 2073764
bochkov : lingalog
Primeiro semestro de ano 2011
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Apresentação

A Capoeira é uma expressão cultural brasileira que mistura arte-marcial, esporte, cultura popular e música. Desenvolvida no Brasil principalmente por descendentes de escravos africanos com alguma influência indígena, é caracterizada por golpes e movimentos ágeis e complexos, utilizando primariamente chutes e rasteiras, além de cabeçadas, joelhadas, cotoveladas, acrobacias em solo ou aéreas. Le mot capoeira est originaire de Tupi-Guarani , fait référence aux zones de sous-bois à l'intérieur du Brésil. Il a été suggéré que la volaille a obtenu le nom des sites autour de la base de l'esclavage des grandes exploitations. fugitifs capoeiristes de l'esclavage et inconscient de l'environnement autour d'eux, portaient souvent le sous-bois de se cacher de la persécution des capitaines de la brousse .

História da Capoeira

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As raízes mais antigas da capoeira situam-se no sul de Angola, onde uma cerimônia tradicional de iniciação das mulheres à idade adulta chamada n'golo (“zebra”, em quimbundo) compreendia uma luta em que os homens tinham que procurar encostar os pés na cabeça do adversário, imitando o coice de uma zebra. A luta se desenvolvia ao som de atabaques e o vencedor da competição tinha o direito de escolher uma noiva sem ter de pagar o dote. Com a chegada dos colonizadores portugueses a Angola no século XVI, a luta do n'golo embarcou para a América através do porto de Benguela junto com os escravos. O Brasil foi o maior receptor da migração de escravos, recebendo quase quarenta por cento de todos os escravos enviados através do oceano Atlântico. A origem da capoeira, porém, ainda é motivo de controvérsia entre os estudiosos, sobretudo no que se refere ao período compreendido entre as suas primeiras descrições e o início do século XIX, quando aparecem os primeiros registros confiáveis com descrições sobre sua prática.

Capoeira ea escravidão

Não tardou para que grupos de escravos fugitivos começassem a estabelecer assentamentos em áreas remotas da colônia, conhecidos como quilombos. Inicialmente assentamentos simples, alguns quilombos evoluíam atraindo mais escravos fugitivos, indígenas ou até mesmo europeus que fugiam da lei ou da repressão religiosa católica, até tornarem-se verdadeiros estados multiétnicos independentes. A vida nos quilombos oferecia liberdade e a oportunidade do resgate das culturas perdidas à causa da opressão colonial. Neste tipo de comunidade formada por diversas etnias, constantemente ameaçada pelas invasões portuguesas, a capoeira passou de uma ferramenta para a sobrevivência individual a uma arte marcial com escopo militar. O maior dos quilombos, o dos Palmares, resistiu por mais de cem anos aos ataques das tropas coloniais. Mesmo possuindo material bélico muito aquém dos utilizados pelas tropas coloniais e geralmente combatendo em menor número, resistiram a, pelo menos, 24 ataques de grupos com até 3 000 integrantes comandados por capitães do mato. Foram necessários dezoito grandes ataques de tropas militares do governo colonial para derrotar os quilombolas. Soldados portugueses relataram ser necessário mais de um dragão (militar) para capturar um quilombola, porque se defendiam com estranha técnica de ginga e luta. O governador-geral da Capitania de Pernambuco declarou ser mais difícil derrotar os quilombolas do que os invasores neerlandeses.

Capoeira, Identidade e Diversidade

A capoeira, desde seus primórdios, sempre se caracterizou por ser uma prática em que a diversidade foi sua marca principal. Constituída no brasil a partir de elementos provenientes de danças, lutas e rituais de diferentes regiões da África, é fato também que incorporou muitos outros elementos presentes aqui no brasil, vindos da cultura indígena e da própria cultura européia, através dos imigrantes pobres e marginalizados que viviam por aqui e compartilhavam desse mesmo universo da capoeiragem. A navalha é um desses elementos, só para citar um exemplo.

Portanto, falar em capoeira, obrigatoriamente nos faz pensar em diversidade. Não se pode afirmar ao certo o local exato do surgimento dessa manifestação. Por isso, seria mais coerente pensar que a capoeira foi se desenvolvendo de forma diversificada em várias partes do brasil com suas especificidades e formas diferentes de se manifestar.

Hoje em dia, a capoeira está espalhada por mais de 160 países em todo o mundo, e com certeza essa expansão faz com que ela vá adquirindo características diversas em cada local onde se instala. Existem muitas formas de se praticar a capoeira, incluindo aí o uso das novas tecnologias. Cada vez mais pessoas procuram a capoeira pelas mais diversas razões. A capoeira acolhe todo o tipo de diversidade: etnia, gênero, classe social, faixa etária, ideologia política, credo religioso etc, e talvez seja essa a sua maior contribuição no mundo atual: ensinar a convivência entre os diferentes e o respeito às diferenças. Observa-se com muita preocupação essa tendência de mercadorização da capoeira, através de grupos muito bem organizados e espalhados pelo mundo todo, em que o único objetivo é ampliar o mercado consumidor, o que muitas vezes se transforma numa guerra entre esses grupos na disputa por novos alunos, caracterizando um processo de espetacularização da capoeira, deixando em segundo plano a preocupação com a preservação dos seus princípios e valores humanos, éticos e filosóficos.

Capoeira atualmente

Hoje em dia, a capoeira se tornou não apenas uma arte ou um aspecto cultural, mas uma verdadeira exportadora da cultura brasileira para o exterior. Presente em dezenas de países em todos os continentes, todo ano a capoeira atrai ao Brasil milhares de alunos estrangeiros e, frequentemente, capoeiristas estrangeiros se esforçam em aprender a língua portuguesa em um esforço para melhor se envolver com a arte. Mestres e contramestres respeitados são, constantemente, convidados a dar aulas especiais no exterior ou até mesmo a estabelecer seu próprio grupo. Apresentações de capoeira, geralmente administradas em forma de espetáculo, acrobáticas e com pouca marcialidade, são realizadas no mundo inteiro. O aspecto marcial ainda se faz muito presente e, como nos tempos antigos, ainda é sutil e disfarçado. A malandragem é sempre presente, capoeiristas experientes raramente tiram os olhos de seus oponentes em um jogo de capoeira, já que uma queda pode chegar disfarçada até mesmo em um gesto amigável. Símbolo da cultura afro-brasileira, símbolo da miscigenação de etnias, símbolo de resistência à opressão, a capoeira mudou definitivamente sua imagem e se tornou fonte de orgulho para o povo brasileiro. Atualmente, é considerada patrimônio Cultural Imaterial do Brasil.

Regras da Capoeira

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A roda de capoeira é um círculo de capoeiristas com uma bateria musical em que a capoeira é jogada, tocada e cantada. A roda serve tanto para o jogo, divertimento e espetáculo, quanto para que capoeiristas possam aplicar o que aprenderam durante o treinamento. Os capoeiristas se perfilam na roda de capoeira cantando e batendo palmas no ritmo do berimbau enquanto dois capoeiristas jogam capoeira. O jogo entre dois capoeiristas pode terminar ao comando do tocador de berimbau ou quando algum outro capoeirista da roda compra o jogo, ou seja, entra entre os dois e inicia um novo jogo com um deles. Em geral, o objetivo do jogo da capoeira não é o nocaute ou destruir o oponente. O maior objetivo do capoeirista ao entrar em uma roda é a queda, ou seja, derrubar o oponente sem ser golpeado, preferencialmente com uma rasteira. Na maioria das vezes, entre o jogo de um capoeirista mais experiente e um novato, o capoeirista experiente prefere mostrar sua superioridade marcando o golpe no oponente, ou seja, freando o golpe um instante antes de completá-lo. Entre dois capoeiristas experientes o jogo poderá ser muito mais agressivo e as consequências mais graves. A ginga é o movimento básico da capoeira, mas além da ginga são muito comuns os chutes em rotação, rasteiras, floreios (como o aú ou a bananeira), golpes com as mãos, cabeçadas, esquivas, acrobacias (como o salto mortal), giros apoiados nas mãos ou na cabeça e movimentos de grande elasticidade.

Estilos da capoeira

A capoeira possui três estilos que se diferenciam nos movimentos e no ritmo musical de acompanhamento. O estilo mais antigo, criado na época da escravidão, é a capoeira angola. As principais características deste estilo são: ritmo musical lento, golpes jogados mais baixos (próximos ao solo) e muita malícia. O estilo regional caracteriza-se pela mistura da malícia da capoeira angola com o jogo rápido de movimentos, ao som do berimbau. Os golpes são rápidos e secos, sendo que as acrobacias não são utilizadas. Já o terceiro tipo de capoeira é o contemporâneo, que une um pouco dos dois primeiros estilos. Este último estilo de capoeira é o mais praticado na atualidade.

Música

A música é um componente fundamental da capoeira. Foi introduzida como forma de ludibriar os escravizadores, fazendo-os acreditar que os escravos estavam dançando e cantando, quando na verdade estavam desenvolvendo e treinando uma arte-marcial para se defenderem. Componente fundamental de uma roda de capoeira, ela determina o ritmo e o estilo do jogo que é jogado. A música é criada pela bateria e pelo canto (solista ou em coro), geralmente acompanhados de um bater de palmas. A bateria é tradicionalmente composta por três berimbaus, dois pandeiros e um atabaque, mas o formato pode variar excluindo-se ou incluindo-se algum instrumento, como o agogô e o ganzuá. Um dos berimbaus define o ritmo e o jogo de capoeira a ser desenvolvido na roda. Desta maneira, é a música que comanda a roda de capoeira, não só no ritmo mas também no conteúdo.

http://www.youtube.com/watch?v=pyoNN4lcMWA&feature=player_embedded#at=101

A dança e a capoeira

Devido à sua origem e história, existiu sempre a necessidade de se esconder ou disfarçar o aprendizado e a prática da capoeira. Na época da escravidão era um risco enorme aos senhores de engenho possuir escravos hábeis em uma arte-marcial. Para evitar represálias por parte de seus senhores, os escravos praticavam enquanto seus companheiros cantavam e batiam palmas. Os golpes e esquivas eram praticados durante uma falsa dança que seria o embrião da atual ginga. Da falsa dança da época dos engenhos de açúcar até os tempos mais atuais, a ginga evoluiu até se tornar uma estratégia de combate, cujo objetivo principal é não oferecer ao oponente um alvo fixo. Mesmo hoje em dia a maioria dos leigos à primeira vista acredita tratar-se a capoeira de uma coreografia, ou de uma dança acrobática. Outras manifestações culturais como o batuque, o maculelê, a puxada de rede e o samba de roda são danças fortemente ligadas à capoeira, por também terem nascido da mesma cultura.

Dicionário da capoeira

Existem vários termos utilizados na prática da capoeira, eu vou te dar algumas brevemente:

Armada : golpe contundente do jogo de capoeira. Um dos movimentos giratórios básicos do jogo, no qual o capoeirista gira sobre seu eixo, com uma das pernas estendidas horizontalmente, visando atingir o adversário com o lado externo do pé, nas costelas ou na cabeça.

Bênção : Golpe contundente, ou apenas desequilibrante, do jogo de capoeira. Um dos movimentos básicos, em que o capoeirista aplica um chute com a planta do pé na altura do plexo solar do adversário.

Caçador : tombo que o capoeira dá, arrastando-se no chão sobre as mãos e um dos pés e estendendo a outra perna direita de encontro aos pés do adversário.

Chamada : um dos rituais da capoeira tradicional. As chamadas, também conhecidas como “passagens”, erroneamente interpretadas como simples momentos de descanso durante o jogo, constituem um momento de extremo perigo; fazem parte dos rituais da capoeira tradicional, e visam a despertar a malícia dos seus praticantes. Quando for chamado, aproxime-se com bastante cautela, pois, dentro das normas da capoeiragem, o capoeirista que chama poderá aplicar o golpe que desejar, caso o outro aproxime-se sem o devido cuidado.

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